quinta-feira, 5 de março de 2015

MEUS PAIS FALAM RUSSO E EU PORTUGUÊS



            Há dias em que é difícil entender o idioma dentro de casa.
            Por mais que se tente explicar, parece que ninguém quer entender você.
            O pai aponta para o norte, você quer ir para o sul.
            A mãe pede para chegar às dez, você quer chegar à meia-noite.
            Então, você olha para um lado, olha para outro, e percebe que aquele planeta não é o seu, não é verdade?
            Por que é tão difícil e complicado ter seus desejos atendidos?
            Quantas vezes você já não pensou em vazar de casa, sumir de vez!
            Tudo isso é verdade, mas é bom parar para pensar sem a emoção que sempre leva a gente a bater com a cara na parede.
            Na hora da discussão, a razão fica comprometida, tipo aquela brincadeira de criança, o cabo de guerra, lembra?
            Você puxa para um lado e seus pais puxam para outro.
            Vence quem tem mais força, mas nem sempre quem tem razão.
            Se liga!
            Realmente, o mundo de hoje está complicado; os medos são muitos.
            Seus pais amam você, e em nome da sua segurança, eles tomam atitudes que são vistas como uma grande invasão do que você julga seus direitos.
            Sei que você tem razão em alguns momentos, mas seus pais também têm.
            Como resolver essa dificuldade?
            Indo pelo caminho da direita, ou pelo caminho da esquerda?
            Por nenhum dos dois, o melhor caminho é o do meio, onde você se sinta confortável e seus pais também.
            Você sabe, se tiver paciência e compreensão, que seus pais precisam de tempo para assimilar as novidades deste mundo que nos atropela a todo instante.
            Eles ligam o jornal e veem jovens morrendo por coma alcoólico, jovens mortos em trotes universitários, em assaltos e blá blá blá.
            Se você estivesse no lugar deles, faria o quê?
            Acalma seu coração, que o deles vai se acalmar por tabela.
            O caminho do meio é aquele em que todos cedem para o bem de todos.
            Vamos pensar juntos nesses nossos parceiros da vida que são nossos pais.
            Eles são os responsáveis pelo nosso retorno a este mundo.
            Temos vínculos profundos com esses espíritos desde muitas outras vidas.
            Nossos pais comprometeram-se com a espiritualidade superior a nos conduzir para um novo patamar evolutivo.
            O Espiritismo é algo tão revolucionário na educação geral da criatura humana, que nos informa que os nossos pais também estão aprendendo e não têm fórmulas mágicas para nos proporcionar a felicidade que sonhamos.
            Se não tivermos paciência com nossos pais, como será o nosso futuro?
            Necessitamos honrá-los com sabedoria, sem bater de frente desnecessariamente, mas compreendendo que tudo pode ser conversado no tempo certo, oportuno.
            Pais e filhos são companheiros de jornada, caminheiros, peregrinos que se unem para o compartilhamento do aprendizado e da luz.
            Quando olhar para seus pais, utilize a lente que o Espiritismo oferece, que permite ver além do corpo físico, pois eles são espíritos imortais como você.
            E quando você quiser conversar e buscar o diálogo pacientemente, e, ainda assim, o entendimento não acontecer, fique calmo.
            Tente mais uma vez e mais uma ainda.
            Se nada mudar, não force a situação, pois nesse caso, serão seus pais que terão perdido a oportunidade de compartilhar as decisões e aprendizado com você.
            Com tudo isso, ainda devemos manifestar algo sublime em nossa conduta com os pais – trata-se da piedade filial.
            Tudo na vida tem um tempo para que nossas expectativas sejam atendidas.
            Amanhã, seremos nós a necessitar da paciência dos nossos filhos, pois depois que eles nascerem, teremos de aprender o idioma da compreensão para não agirmos da mesma maneira que nossos pais agem em alguns momentos.
            Sejamos, então, piedosos e compreensivos, honrando nossos pais e entendendo que, primeiramente, devemos a Deus a bênção da vida, e depois a eles, nossa porta de entrada para a atual encarnação.
            Não importa o idioma dos nossos pais, o que precisamos aprender é a falar a língua do coração e do respeito.
            Valeu!!!
            
            Adeilson Salles

2 comentários:

  1. Belíssimo meu amigo,Estou curtindo seu blog e gostaria de autorização para compartilhar seus textos com a devida citação e colocar em meu blog um link de acesso para o seu.
    ESPIRITISMO E RAZÃO: http://espiritismoerazao.blogspot.com
    Abraços

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