quarta-feira, 20 de maio de 2015

SINTO ATRAÇÃO POR PESSOAS DE AMBOS OS SEXOS, VOU PARA O UMBRAL?



Dentre os e-mails que venho recebendo, em um foi pedido para eu escrever algo acerca da bissexualidade.
            São assuntos pertinentes para esses tempos de tanta transformação comportamental, e cabe àqueles que estão na posição de educadores não empurrarem o papo para baixo do tapete.
            Vale a pena ressaltar, que a ignorância sobre esses temas pode gerar ação devastadora na vida dos nossos jovens, com isso, toda uma encarnação pode ser comprometida.
            Para tratar de tão palpitante tema, não podemos nos esquecer de que cada ser humano é um universo de experiências em sua trajetória, na condição de espírito imortal que é.
            Começo por afirmar que ninguém é bissexual, homossexual, transexual ou qualquer outra denominação que se dê para a sexualidade individualizada.    
            Ninguém é, “todos nós estamos”, nessa ou naquela condição consoante às experiências necessárias para o processo educativo de cada um.
            Todo e qualquer julgamento que se faça, sobre o comportamento de alguém, seria no mínimo leviano, visto que não conhecemos o histórico evolutivo de ninguém.
            Mesmo os mais avançados estudos na área da psicologia humana não dispõem de saberes definitivos a esse respeito.
            No campo religioso, as condenações são mais comuns, porque aquilo que não é compreendido, na maioria das vezes, é visto por aberração imoral.
            Estudos realizados informam que a bissexualidade é mais comum do que se imagina; e algumas pessoas que têm essa orientação são vítimas da bifobia, até mesmo, por parte de alguns homossexuais.
            A bifobia é a exteriorização da discriminação e do preconceito contra as pessoas de orientação bissexual.
            O assunto é amplo e profundo, e certamente poderíamos conversar respeitosamente acerca de bissexualidade por horas e horas.
            Galera!
Desejo apenas definir a ideia de bissexualidade, para então, tecer alguns comentários sobre o tema, com relação ao lado espiritual dessa vivência.
A Bissexualidade é a atração sexual, romântica ou emocional, por pessoas de ambos os sexos.
Nas obras básicas da Doutrina Espírita não existem referências específicas para esse assunto, todavia, podemos citar as palavras de Emmanuel na Introdução do livro “Vida e Sexo”, psicografado por Chico Xavier, Edição FEB:
...E para não nos delongarmos em considerações desnecessárias, concluiremos que, em torno do sexo, será justo sintetizarmos todas as digressões nas normas seguintes: Não proibição, mas educação. Não abstinência imposta, mas emprego digno, com o devido respeito aos outros e a si mesmo. Não indisciplina, mas controle. Não impulso livre, mas responsabilidade. Fora disso, é teorizar simplesmente, para depois aprender ou reaprender com a experiência. Sem isso, será enganar-­nos, lutar sem proveito, sofrer e recomeçar a obra da sublimação pessoal, tantas vezes quantas se fizerem precisas, pelos mecanismos da reencarnação, porque a aplicação do sexo, ante a luz do amor e da vida, é assunto pertinente à consciência de cada um.
            Muitos jovens chegam atormentados às nossas dignas instituições e saem mais confusos ainda, pela falta de compreensão aos conflitos que vivenciam no campo sexual.
            Não podemos exigir que o jovem seja perfeito em um mundo de imperfeições, que se caracteriza por escola de almas, isso é impossível.
            É preciso educar, conversar e principalmente ouvir os nossos jovens.
            A natureza não dá saltos em suas manifestações, mas a educação é o mais eficiente antídoto contra a promiscuidade que hoje arrasta crianças e jovens para o sofrimento.
            Compreendo que no relacionamento hetero, homo ou bissexual, se não houver amor e respeito, o jovem irá cair no pântano das angústias e desilusões.
            Relacionamentos baseados no “tesão”, sem a comunhão de sentimentos e aspirações nobres, representam apenas a manifestação do gozo pelo gozo.
            Se o jovem transa com duas pessoas de ambos os sexos, ao mesmo tempo, fica claro que não existe a presença do amor e do respeito, mas apenas a prática sexual que revela somente desejo.
            Nessas práticas, vivencia-se o sexo pelo sexo, sem compromissos outros que demonstrem a presença do amor.
            A alternância de parceiros de ambos os sexos também apresenta a busca pelo prazer desenfreado, por isso é grave a responsabilidade pelas escolhas feitas.
            Se liga!
O Espiritismo não oferece condenação, mas orientação para que o jovem compreenda que a orientação sexual é de responsabilidade de cada um.
Existem, sim, as perniciosas influências espirituais nos relacionamentos promíscuos.
Muitas são as entidades perversas e ignorantes, que mesmo em outra dimensão, cultuam o sexo pelo sexo.
Isso é trevas!
Todas as vezes, que nós nos entregamos à busca desenfreada de alguém para satisfação dos nossos apetites sexuais, sem o respeito que o sexo deve imprimir à vida, estamos optando por companhias espirituais desequilibradas.
O comportamento desajustado no campo sexual é um atalho para que a nossa mente viva em sintonia com a perturbação que esses espíritos carregam em si.
            Para encerrar, reitero as palavras de Emmanuel, que nos pede educação e orientação, jamais proibição.
            A prática sexual é algo de cunho pessoal, mas que traz graves responsabilidades na trajetória do espírito.
            Sexo com amor plenifica, sexo pelo sexo é tormento adiado.
       Se você deseja conversar sobre esse e outros assuntos, escreva para adeilsonescritor@gmail.com
            Valeu!

            Adeilson Salles

4 comentários:

  1. Fico feliz que o Movimento Espírita esteja abordando esses assuntos de "cabeça aberta", sabe?

    Eu só melhoraria o texto no final pra não dar a entender que pessoas bissexuais são automaticamente promíscuas ou querem sempre uma relação com mais de uma pessoa. Devemos quebrar esse esteriótipo.

    E também trocaria a expressão "atração por ambos os sexos" por "atração por mais de um gênero".

    Gostei do seu texto! :3

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    1. O texto falou em relação sexual com 2 pessoas, de ambos os sexos ao mesmo tempo, então isso é promiscuidade, afinal não mostra a presença do amor, mas apenas do desejo do sexo pelo sexo. Quanto a essa de gênero é apenas mais uma palavra bonitinha, que movimentos doentios falam, para fazer vc pensar que passeatas LGBT e Marcha das Vadias são totalmente bacanas e importantes.

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