No
livro “Corações Juvenis”, os jovens me perguntaram: “Por que alguns pais, quando
se separam, acabam por se separar dos filhos também?”
É bem estranha essa situação, pois
existe ex-marido e ex-esposa, mas nunca se ouviu falar que existam ex-filhos.
Não podemos sair atirando pedras em
quem é pai ou mãe por conveniência, mas vamos tentar compreender porque muita
gente age assim.
Dentro do universo de possibilidades
que existe na cabeça e no coração de cada um, podemos imaginar que muitos pais,
e também mães, são absolutamente imaturos e não compreenderam o significado da
pater-maternidade.
São muitas vezes, espíritos
imaturos, mais infantilizados do que os próprios filhos, ou ainda, na ânsia de
mudar de vida, procuram se “desligar” de um relacionamento infeliz, e para
isso, terminam por embrulhar os filhos junto com as coisas ruins, que
vivenciaram na relação que termina.
Existem ainda aqueles pais, ou mães,
que só exercem essa função de acordo com as próprias conveniências.
Pais que passam horas no seu
trabalho e só dispõem de tempo para os filhos, quando a conveniência
trabalhista determina.
Nos dias de hoje temos uma grande
quantidade de crianças órfãs de pais vivos, pois eles se entretêm, na maioria
das vezes, apenas com seus interesses profissionais.
E grande parte ainda acredita fazer
enorme sacrifício, quando dispõe de míseras horas, se é que chega a tanto, para
ficarem com seus filhos.
A
paternidade e a maternidade é de fato uma missão e todos seremos cobrados, de
uma forma ou de outra, pela negligência praticada com nossas crianças e jovens.
No momento do fervo, quando os pais
experimentam, infelizmente, aquela guerra emocional no ápice da separação, os
filhos terminam por ficar no fogo cruzado das mágoas e rancores.
É um momento muito triste, mas os
jovens devem entender que os pais têm direito de fazer suas escolhas, mesmo que
elas pareçam as piores possíveis.
Embora seja essa a realidade, cada
um irá responder pelos caminhos que escolher trilhar.
É em situações dolorosas como essas,
que o jovem precisa manter a cabeça fria e entender que esse mal também vai
passar.
Por tudo aquilo que cativarmos no
coração dos outros, seremos responsáveis.
Pode acontecer que, na hora da
separação, os filhos se tornem pais dos próprios pais.
E então o jovem se depara com a
descoberta de que os pais também são frágeis aprendizes e, em alguns momentos,
necessitam de colo.
Cada situação familiar guarda a sua
particularidade e não existe uma receita pronta para aplicar nessas trevas, que
é a separação dos pais.
O certo é que, se uma das partes,
infantilmente, se separa dos filhos também, estará agindo de maneira
adolescentemente irresponsável.
Como afirma o grande escritor,
Hermínio de Miranda, em sua obra magistral, “Nossos filhos são espíritos”, os pais não estão lidando com corpos, mas
cuidando de espíritos imortais.
Os nossos filhos têm vínculos
conosco, que ultrapassam nossa estreita visão material.
Assumimos graves compromissos com
essas almas, que voltam ao mundo pelas portas da nossa pater-maternidade.
Ninguém é obrigado a conviver com
quem não ama em um casamento, mas ser pai e mãe pede da nossa conduta grande
responsabilidade, pois esses, que estão nossos filhos presentemente, foram
emprestados por Deus para exercitarmos o amor.
Valeu!
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