sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

ZUMBIS ELETRÔNICOS



Outro dia tive a nítida sensação de ser ignorado em uma conversa, pois fui deixado de lado por causa de um celular.
            Meu interlocutor não trocava duas palavras comigo sem teclar outras tantas no celular.
            Nossa conversa sofria interrupções desagradáveis a toda hora.
            A grande tecnologia desses tempos aproximou todo planeta e não existe ninguém que possa se dizer isolado.
            Tudo isso é muito bom, mas preocupa-me o acentuado número de Zumbis Eletrônicos nesses dias.
              Zumbis solitários falam pelo celular, mas não conseguem dar um bom dia com um sorriso no rosto.
            Os sons das mensagens que chegam ecoam em todos os lados numa sinfonia esquisita.
            Precisamos urgentemente retomar as relações mais humanizadas sob pena de cada vez mais sermos invadidos pela raça dos Zumbis solitários, os que não conseguem sorrir e dar um bom dia.
            Com a pandemia de aparelhos eletrônicos, surgem também os boatos e as mentiras eletrônicas.
            Fatos mentirosos são repetidos aos quatro ventos como verdades absolutas.
            Garotos postam vídeos íntimos das garotas que “pegaram” para aumentar a moral junto à galera, isso é mal.
            Todo mundo anda armado com um smartphone que pode detonar com a vida de alguém.
            É claro que o aparelho é utilizado de acordo com as tendências de seu dono, por isso ele é neutro.
            Se observamos as ruas, no ônibus ou no metrô, eles estão por lá, são muitos Zumbis, são milhares.
            Mas de uma coisa tenho certeza, por trás de cada smartphone, tem um coração batendo, tem um drama, uma história nem sempre feliz.
            Na multidão, no barulho, são tantas máscaras de orgulho, são dores descomunais.
            Estamos necessitados de carinho, de palavras e de abraços.
            Nada como um sorriso no rosto para que a alegria se instale no coração da gente.
            É preciso desligar o celular e ligar a atenção e o carinho com as pessoas.
            Andar de olhos arregalados e grudados no smartphone sem olhar para o lado, sem ver a vida, as pessoas, é viver alienado.
            A vida tem sabor e cor, e principalmente amor.
            Tem uma galera que vive a síndrome do i-phone, i-pad, mas se esquece que o melhor é ter i-amigos, i-pais, i-vida.
            Quando você estiver com seu amor, desligue seu celular e ligue-se naqueles que amam você.
            O que de fato nos faz feliz toca o nosso coração.
            Faça um download do seu coração para o meu e me abrace, é disso que preciso!

            Adeilson Salles

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